O último debate pré-eleitoral entre os candidatos presidenciais argentinos, Sergio Massa e Javier Milei, marcou um confronto intenso e áspero, centrando-se principalmente em propostas econômicas e medidas-chave para enfrentar a atual crise socioeconômica do país.
Desde o início, Milei, líder da La Libertad Avanza, confirmou sua intenção de dolarizar a economia e fechar o Banco Central (propostas centrais do candidato), desencadeando uma série de perguntas incisivas por parte de Massa, o candidato oficialista da Unión por la Patria (peronismo), quem tomou a posição proativa no debate, deixando Milei na defensiva.
Jornais argentinos destacaram a experiência de Massa, quem foi considerado como claro vencedor do debate em termos de capacidade oratória, habilidade para conduzir a discussão e apresentar propostas.
No eixo inicial dedicado à economia, Massa desafiou Milei a responder “sim ou não” sobre questões cruciais, incluindo a eliminação de subsídios, a dolarização da economia, o fechamento do Banco Central e a privatização de recursos como Vaca Muerta, rios e mares.
A resposta de Milei foi contundente: “Sim, vamos dolarizar a economia, vamos fechar o Banco Central e acabar com o câncer da inflação”. Massa, por sua vez, questionou a viabilidade dessas propostas e acusou Milei de “mentir”.
No meio da discussão sobre subsídios, Milei afirmou que não os tocaria até que a economia se recuperasse, enquanto Massa insistiu na necessidade de clareza sobre o plano econômico do candidato libertário.
Em relação à economia atual da Argentina, que enfrenta uma inflação de 138,3% e uma taxa de pobreza de 40,1%, ambos os candidatos apresentaram visões divergentes sobre como abordar a situação.
Massa destacou a importância de aumentar as exportações e construir empregos por meio de um acordo de unidade nacional que reduza o sistema de impostos, incluindo as retenções. Além disso, destacou a necessidade de rediscutir o programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI), considerando-o “inflacionário”.
O candidato oficialista também anunciou seu objetivo de criar dois milhões de empregos por meio de incentivos estatais para promover as exportações, buscando a colaboração entre o Estado, empresários e trabalhadores.
“Me propus a criar 2 milhões de empregos formais registrados. Por um lado, precisa ser com incentivos estabelecidos pelo Estado e, por outro, com esforços de empresários e trabalhadores”, explicou Massa.
O debate encerrou-se com visões contrastantes sobre a trajetória econômica da Argentina, onde ambos os candidatos delinearam estratégias distintas para enfrentar os desafios que vem torturando os bolsos dos argentinos há anos. O segundo turno em 19 de novembro determinará quem liderará o país nos próximos anos, em um contexto econômico crítico que exige soluções eficazes.