Informações sigilosas obtidas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, teriam sido vazadas de propósito para imprensa. A alegação é do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que acusa a equipe da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) de ter vazado informações de transações financeiras do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O requerimento apresentado pelo Senador Jorge Kajuru e aprovado pela Comissão solicitava quebra de sigilo bancário de Mauro Cid, no período de 1° maio de 2022 e 31 de maio de 2023, portanto toda e qualquer informação que estivesse fora desse período deveria ser desprezada e o acesso restringido. No entanto, o relatório apresentado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), além constar informações de Mauro Cid, continha também dados do ex-presidente Jair Bolsonaro, com números bancários referentes ao mês de junho e julho deste ano.
O vice-presidente da Comissão, senador Magno Malta (PL-ES), apontou ilícitos na documentação do Coaf, que expôs indevidamente dados reservados, desvirtuando os trabalhos da comissão. “Um documento em PDF menciona a planilha do Excel, e o relatório do Coaf traz um texto que, de modo vil e enganoso, revela as comunicações das operações financeiras que deveriam se referir apenas a Mauro Cid e abarcam o período após o mês de maio”. Disse Malta.
Os senadores solicitaram providências em relação ao vazamento de dados à imprensa. De acordo com o Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), é preciso apurar o crime cometido dentro da CPMI para identificar quem vazou os documentos. Segundo ele, a informação é de que teriam sido os assessores da relatora Eliziane Gama. “Tem registro login, senha, nome e CPF de quem acessou pra ter acesso aos relatórios”. “Temos que apurar os crimes aqui nessa CPMI, de quem vazou esses documentos. E, com todo respeito, senadora Eliziane, as informações que chegam até agora são que, quem teve acesso a esses documentos foram os assessores de vossa Excelência, muito antes da publicação disso pelos veículos de imprensa”, afirmou Flávio durante a sessão desta terça-feira, 1º/08.
O Deputado Rogério Correia do PT-MG saiu em defesa da relatora e disse que o Coaf não faz triagem de informações e que os dados de Bolsonaro são justificáveis, pois Mauro Cid era responsável pelas transações bancárias do ex-presidente.
Eliziane Gama é relatora da CPMI do 8 de Janeiro. Ela declarou que o vazamento dos dados pode comprometer o andamento das investigações. Disse ainda que o “informe” de Flávio deve ser apurado e provado que é uma calúnia.