Lula da Silva (PT) sancionou, nesta terça-feira (15), a criação do Dia Nacional da Música Gospel, que será celebrado em 9 de junho. A medida é vista como um novo aceno do governo petista ao eleitorado evangélico, segmento historicamente alinhado à direita e com forte apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Com isso, Lula tenta atrair parte desse grupo, que tem se mostrado crítico ao seu governo, especialmente desde a eleição de 2022.
A sanção foi realizada durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença do deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), integrante da bancada evangélica e ex-aliado de Bolsonaro. Apesar de discordar politicamente de Lula, Otoni teceu elogios ao petista, afirmando que “não temos outra opção pela Bíblia, a não ser orar por vossa excelência”. O parlamentar destacou que as igrejas evangélicas não pertencem a um partido político, defendendo que os valores cristãos estão acima das divisões ideológicas.
A aproximação de Lula com os evangélicos já vinha sendo construída com a sanção de outras leis ligadas à comunidade religiosa, como o “pacote cristão”, que reconheceu o Dia Nacional do Pastor e da Pastora Evangélica. O governo avalia que esses gestos têm surtido efeito, com uma leve melhora na avaliação do petista entre o público evangélico, de 42% de rejeição em maio para 39% em junho deste ano.