Lula (PT) e o presidente francês Emmanuel Macron adotaram posturas divergentes em relação ao acordo comercial entre Mercosul e União Europeia durante a Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro. Enquanto Lula busca concluir as negociações até o fim deste ano, Macron declarou que “a França não assinaria o acordo tal como está”, alegando impactos negativos para a agricultura europeia e pedindo renegociações.
Macron também manifestou preocupação com práticas agrícolas no Mercosul, como o uso de hormônios e antibióticos na produção de carne, afirmando que “não podemos abrir nossos mercados a produtos que não respeitam os mesmos critérios aplicados aos agricultores europeus”. O veto francês, apoiado por outros países da União Europeia, pode inviabilizar o acordo, já que necessita da aprovação do Conselho Europeu e do Parlamento Europeu. Por outro lado, a Comissão Europeia, representada por Ursula von der Leyen, está empenhada em avançar as negociações, destacando a importância econômica e estratégica do tratado.
As negociações, iniciadas na década de 1990 e concluídas em 2019, sofreram interrupções devido à pandemia e só foram retomadas em 2023. Com a França encabeçando a oposição, diplomatas temem que a atual janela de oportunidade se feche sem avanços importantes. A próxima cúpula do Mercosul, em dezembro, pode ser decisiva para definir o futuro do acordo.