Lula anunciou medidas para socorrer famílias vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul. Seria um ato de extrema importância para a população gaúcha não fosse o tom de comício em um momento tão delicado. O evento ocorreu em São Leopoldo, a cerca de 35 km de Porto Alegre e um dos municípios mais afetados pelas enchentes.
Para se ter uma ideia, houve elogios a Paulo Pimenta, nomeado para comandar o ministério extraordinário de reconstrução do estado – ele é um é potencial candidato a governador em 2026. Não bastasse isso, ainda teve a ministra da Saúde, Nísia Trindade, tão esquecida em plena epidemia de dengue, tecendo inúmeras críticas ao ex-presidente Bolsonaro, que em nada tem a ver com os acontecimentos recentes e se recupera de uma infecção em um hospital de São Paulo.
O petista anunciou um vale de R$ 5,1 mil a famílias atingidas para investir na compra de itens perdidos com as enchentes. Também afirmou que 21 mil novas famílias serão incluídas no Bolsa-Família.
Mas o que chama atenção é o oportunismo político. Pimenta, antes atual chefe da comunicação do Planalto, é um adversário do Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
Conseguir transformar um momento de união em disputa eleitoral, em meio a uma catástrofe sem precedentes no Brasil, é uma tarefa para poucos.
Lula alcançou mais esse feito.