O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, afirmou que o governo Lula (PT) estuda adotar medidas contra Israel, com foco na suspensão de cooperação militar. A possibilidade foi discutida em reunião no Palácio do Planalto com cerca de 20 parlamentares da base governista. Amorim relatou que conversou sobre o tema com Lula e com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e destacou: “Há várias outras medidas que podem ser tomadas, sobretudo em termos das relações militares, que para eles são muito importantes, não só militarmente mas economicamente”.
As declarações ocorrem em meio a sucessivas críticas de Lula ao governo de Israel, a quem acusa de um suposto “genocídio” em Gaza, se referindo à resposta do Estado judeu contra os terroristas que controlam a Faixa. O Itamaraty reforçou essa linha, condenando publicamente ações israelenses, incluindo novos assentamentos na Cisjordânia, que classificou como “flagrantemente ilegais”. A tensão diplomática se intensificou após Lula comparar as ações de Israel ao Holocausto, o que levou o governo israelense a declará-lo “persona non grata”. Desde então, o Brasil permanece sem embaixador no país.
Apesar da retórica agressiva contra Israel, o governo brasileiro demonstrou outro tom ao comentar ações envolvendo o Hamas. Há alguns meses, em nota oficial, o Itamaraty repudiou o assassinato de Ismail Haniyeh, líder do grupo terrorista, classificando-o como “chefe do Escritório Político do Hamas” e condenando o que chamou de “desrespeito à soberania do Irã”. A postura levantou críticas sobre a coerência da política externa brasileira, que evita condenações diretas ao grupo terrorista Hamas, mesmo diante das suas ações criminais contra civis israelenses.
