Lula da Silva (PT) e o presidente colombiano Gustavo Petro propuseram, na última quinta-feira (15), o que consideram ser uma solução para a crise política na Venezuela, sem ter que forçar a queda da ditadura: a formação de um governo de coalizão entre Nicolás Maduro e a oposição, representada por María Corina Machado. Machado, que tem sinalizado que Lula e Petro seriam capazes de ajudar na solução da crise no país governado pelo regime chavista, pode ver sua posição fortalecida com essa proposta. A ideia surgiu durante uma conversa telefônica entre os dois líderes, que vêm atuando como mediadores na situação venezuelana, após Maduro fraudar as eleições e ordenar assassinatos, encarceramentos e perseguições contra opositores que questionam o resultado das últimas eleições.
O assessor especial da Presidência da República e ex-chanceler brasileiro Celso Amorim afirmou que a ideia ainda está em estágio embrionário e não foi discutida oficialmente com outros países, como Colômbia e México. Amorim destacou que o Brasil está exigindo que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela publique os resultados detalhados das eleições recentes antes de qualquer reconhecimento oficial do regime de Maduro. “Não creio que vamos reconhecer um governo se essas atas não aparecerem”, declarou Amorim ao Senado.
Além disso, Lula e Petro sugeriram a realização de novas eleições livres na Venezuela como um passo para resolver a crise, embora a autoridade eleitoral e o sistema judiciário respondam fielmente a Maduro. Petro, em uma publicação na plataforma X, defendeu o levantamento de sanções contra a Venezuela, o que favoreceria a ditadura. No entanto, ativistas políticos, como Eduardo Bittar, líder da resistência venezuelana, argumentam que não há como garantir um ambiente político seguro sem uma intervenção militar internacional, pois o regime não pode assegurar a segurança do povo que ele mesmo massacra.