Lula (PT) anunciou na quinta-feira (28) que o Brasil está se “insurgindo” contra os Estados Unidos após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Em resposta, o petista autorizou a abertura de processo para aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica, que prevê contramedidas comerciais proporcionais. A medida ocorre em meio à deterioração das relações bilaterais, marcada por críticas do líder da esquerda à postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que justificou as sanções como reação à perseguição contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O Governo Federal acionou a Câmara de Comércio Exterior (Camex), que terá até 30 dias para decidir se as tarifas norte-americanas se enquadram na legislação aprovada em abril. Caso a Camex aprove, será a primeira vez que o Brasil utilizará esse instrumento jurídico. A decisão foi tomada após reunião no Palácio da Alvorada com ministros e líderes do PT, em que Lula reforçou o novo slogan “Do lado do povo brasileiro” e indicou mudanças estratégicas na comunicação oficial, com foco em soberania nacional e justiça social.
Além da tramitação na Camex, o Governo Lula (PT) contratou o escritório norte-americano Arnold & Porter Kaye Scholer LLP por até US$ 3,5 milhões para contestar judicialmente as sanções. O petista também criticou o fato de autoridades brasileiras não terem sido recebidas por representantes dos EUA, enquanto o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi recebido em Washington. Lula afirmou que não ficará “mendigando” diálogo e buscará novos parceiros comerciais, mantendo o canal aberto para negociação caso os norte-americanos se disponham a conversar.
