Lula aproveitou a viagem oficial ao Nordeste para afirmar que os casos de corrupção devem ser investigados – o pensamento óbvio de qualquer chefe de Estado. Mas logo em seguida começaram as polêmicas: “Se quisessem apurar corrupção de fato, você apura corrupção. O que não pode é punir a soberania de um país como o Brasil e da sua empresa mais importante, que é a Petrobras”. A declaração aconteceu durante o evento de anúncio sobre a retomada de investimentos na refinaria Abreu e Lima. A construção em Ipojuca, no litoral sul de Pernambuco, foi marcada por escândalos de corrupção e apontada como um dos símbolos da Lava Jato.
Mas o atual presidente foi um pouco além. Em uma tentativa de culpar o trabalho de investigação e não os verdadeiros investigados, ele completou: “Alguns juízes e procuradores desse país, subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que não queriam e nunca aceitaram que o Brasil tivesse uma empresa como a Petrobras”.
Mas o bom jornalismo precisa se fazer presente. A Abreu e Lima foi concebida em 2005 com orçamento inicial de US$ 2,3 bilhões. Em 2014, quase um década após o início das obras, a refinaria permanecia sem conclusão e já haviam sido gastos cerca de US$ 20 bilhões.
Desta vez, a retomada dos trabalhos ainda está em fase de contratação e tem data prevista para ser finalizada em 2028. Quando estiver pronta, a refinaria terá capacidade para processar 260 mil barris de petróleo por dia.
Os brasileiros devem acompanhar de olhos abertos qualquer alteração nesse valor.