Lula da Silva (PT) voltou a defender mudanças na jornada de trabalho ao lado da deputada Erika Hilton (PSOL), com quem tem caminhado politicamente “de mãos dadas” na pauta que visa eliminar a escala 6×1 no país. A proposta, que tramita como uma PEC na Câmara, estabelece o limite de 36 horas semanais distribuídas em quatro dias úteis. “Vamos tentar apresentar uma nova forma de trabalhar nesse país”, disse Lula, que quer reunir empresários e sindicalistas para debater o tema.
Apesar do apoio do Planalto, a proposta enfrenta forte rejeição no Congresso Nacional. Levantamento da Quaest, feito com 203 deputados entre maio e junho de 2025, mostra que 70% são contra o fim da escala 6×1, com 92% de rejeição entre os parlamentares de oposição e 74% entre os independentes. Entidades da indústria e do comércio também se opõem à medida, apontando riscos de aumento de custos, crescimento do trabalho informal e perda de competitividade, principalmente entre micro e pequenas empresas.
A PEC é resultado de articulação entre Hilton e o movimento Vida Além do Trabalho, e é justificada com base em estudos internacionais sobre produtividade e saúde dos trabalhadores. Pesquisa Datafolha de dezembro de 2024 indica que 64% da população apoia o fim da escala 6×1, enquanto 33% são contra. A mudança teria impacto direto sobre 37% dos trabalhadores com carteira assinada e poderia atingir indiretamente outros 38% dos ocupados, a maioria deles no mercado informal com jornadas superiores a 36 horas semanais.










