Lula da Silva (PT) criticou duramente a ONU, nesta segunda-feira (23), por sua suposta falta de “coragem” em reconhecer oficialmente um Estado Palestino, embora tenha tido a “força” para criar o Estado de Israel. Durante um evento em Nova York, organizado pela Fundação Bill e Melinda Gates, Lula afirmou que a operação militar na Faixa de Gaza e outros conflitos poderiam ter sido evitados se a ONU exercesse um papel mais firme de governança global.
O petista também apontou que as decisões internacionais tomadas pela ONU, principalmente em temas ambientais, não seriam respeitadas, deixando o mundo “desgovernado”. Lula sugeriu que a falta de representatividade de países mais pobres no Conselho de Segurança da ONU é um dos principais motivos para a ineficácia das decisões globais, destacando a necessidade urgente de uma reforma nesse conselho. Segundo Lula, “ninguém mais respeita uma decisão da ONU” e criticou a busca de bilionários por alternativas no espaço ao invés de cuidar do planeta Terra.
Essas críticas à ONU foram feitas em um contexto de tensões internacionais, especialmente após a resposta israelense em Gaza e o conflito entre Rússia e Ucrânia. O Brasil, que reconhece a soberania da Palestina desde 2010, tem pedido que outros países façam o mesmo. Nos bastidores diplomáticos, Lula e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, já haviam defendido a criação do Estado Palestino e a reforma do Conselho de Segurança da ONU em reuniões anteriores.