Lula (PT) anunciou que convocará os governadores dos 27 estados para discutir a implementação de câmeras corporais nas forças policiais, como parte de uma nova política de segurança pública. A proposta visa monitorar a atuação dos agentes, buscando maior fiscalização das atividades de quem é responsável pela segurança dos cidadãos. Durante um evento em Belford Roxo (RJ), Lula afirmou que a medida também inclui melhorias nas condições de trabalho dos policiais, como salários e jornadas adequadas, destacando a “necessidade de humanizar a relação entre a polícia e a população”, sem defender diretamente os criminosos que reclamam da atuação da polícia.
A proposta está inserida em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), em análise pela Casa Civil, que também prevê a criação de um fundo para reequipar as forças de segurança e expandir a atuação da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal em áreas de combate ao narcotráfico, milícias e crimes ambientais. Especialistas apontam que o principal obstáculo para a medida será a falta de recursos e as diferenças regionais, o que pode dificultar a padronização e implementação da proposta.
Apesar da defesa enfática das câmeras corporais, Lula é criticado por não abordar diretamente medidas mais duras contra o crime, como o endurecimento das leis e a restrição das “saidinhas”. Há também preocupações sobre como criminosos poderiam usar as gravações para manipular a percepção pública de suas ações, apresentando-se como vítimas durante abordagens policiais, o que facilitaria sua libertação por alegações de “maus-tratos”, mesmo em casos de crimes hediondos.