O presidente Donald Trump deve se reunir com o ditador Vladimir Putin na próxima semana, em uma tentativa de negociar um acordo para encerrar a guerra da Rússia na Ucrânia. O Kremlin confirmou o encontro, classificando-o como uma reunião bilateral de “alto nível”, mas evitou comentar a sugestão americana de incluir o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky nas tratativas. Segundo o assessor internacional de Putin, Iuri Uchakov, os detalhes da reunião começaram a ser acertados após proposta “do lado americano”, sugerindo que Trump busca capitalizar politicamente sobre o processo.
A iniciativa ocorre em meio à pressão do próprio Trump sobre o Kremlin. O republicano declarou ter dado um ultimato a Putin com prazo até esta sexta-feira (8) para aceitar um cessar-fogo, sob pena de novas sanções. Apesar de afirmar que houve “grande progresso”, Trump ainda mantém a retórica dura e revelou estar decepcionado com a postura russa. De seu lado, Zelensky enfrenta desgaste interno e corre o risco de ser excluído das negociações, o que aumenta as tensões em Kiev. Recentemente, o líder ucraniano intensificou ataques contra alvos russos, como uma refinaria atingida por drones no sul da Rússia.
Caso ocorra, essa será a primeira cúpula entre os líderes da Rússia e dos Estados Unidos desde 2021, e o possível local da reunião é especulado como sendo os Emirados Árabes Unidos, onde ambos têm boa interlocução. O movimento de Trump lembra os esforços diplomáticos que encerraram conflitos como a Guerra do Vietnã, mas com uma abordagem voltada para resultados rápidos. Para observadores, ainda que não se chegue a um cessar-fogo imediato, o encontro fortalece a imagem de Trump como único líder disposto a negociar com os dois lados do conflito.