A Justiça de São Paulo determinou que a Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica, deve restabelecer o fornecimento para todos os clientes afetados pelo temporal ocorrido na última sexta-feira (11), sob pena de multa de R$ 100 mil por hora em caso de descumprimento. A decisão foi proferida pelo juiz Fabio de Souza Pimenta, da 32ª Vara Cível da capital, que destacou a demora e criticou a “incapacidade operacional” da empresa em lidar com a crise, apesar da dimensão da cidade e da importância do serviço.
Embora a Enel tenha anunciado que restabeleceu a energia para quase todos os clientes, ainda restavam cerca de 74 mil residências sem luz até o final desta quarta-feira (16). A empresa afirma que está trabalhando para concluir os reparos, concentrando esforços em áreas críticas, como a Avenida Santo Amaro, na zona sul da capital. No entanto, a concessionária não estabeleceu um prazo definitivo para a completa normalização do fornecimento. Segundo a Enel, as interrupções remanescentes se devem a novos problemas surgidos após o temporal, e não diretamente à tempestade de sexta-feira (11).
O juiz Pimenta também rejeitou o pedido de indenização automática aos consumidores afetados, alegando que a medida seria “juridicamente questionável” sem a comprovação individual de danos. A Enel, por sua vez, informou que o presidente Guilherme Lencastre realizará uma coletiva nesta quinta-feira (17) para fornecer novas atualizações. A entidade italiana já havia sido criticada anteriormente pela ineficiência no atendimento aos consumidores e, caso não cumpra a decisão judicial, poderia enfrentar sanções severas.