O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta segunda-feira (30) que o Brasil enfrentou deficits nas contas públicas de 2015 a 2023, incluindo os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). No entanto, os dados oficiais contradizem essa declaração, uma vez que, em 2022, o último ano de Bolsonaro no poder, o país registrou um superavit primário de R$ 54,1 bilhões, o melhor resultado desde 2013. A fala de Haddad ignorou essa realidade e atribuiu os resultados negativos recentes a gestões anteriores, sem mencionar o impacto das políticas econômicas do governo Dilma Rousseff (PT).
Em sua análise, Haddad também não fez referência à influência da política econômica adotada por Dilma Rousseff, que contribuiu para o aumento do deficit público a partir de 2015. Durante o governo de Dilma, o deficit saltou de R$ 23,5 bilhões em 2014 para R$ 120,5 bilhões em 2015 e R$ 161,3 bilhões em 2016. Esses valores mostram como a condução econômica do período agravou a situação fiscal do país. Além disso, apesar da pandemia em 2020 ter pressionado as contas públicas, as medidas adotadas por Bolsonaro contribuíram para a recuperação fiscal, culminando no superavit de 2022.
No primeiro ano do governo de Lula, 2023, o saldo voltou a ser negativo, com um deficit de R$ 230,54 bilhões, o segundo maior da história. Haddad afirmou que o governo está tentando equilibrar as contas este ano e que o objetivo é reduzir o déficit fiscal. “O mantra da Fazenda é diminuir o imposto fiscal e melhorar as condições macroeconômicas para as famílias e as empresas investirem”, declarou o ministro. Contudo, a narrativa de Haddad desconsidera a melhora fiscal ocorrida no governo Bolsonaro e omite os problemas estruturais herdados da gestão petista anterior.