Lula da Silva (PT) deve anunciar nos próximos dias a substituição de Márcio Macêdo na Secretaria-Geral da Presidência pelo deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), que deve ocupar o cargo em troca de não disputar a eleição presidencial de 2026. A movimentação, segundo aliados, integra a estratégia do governo de reforçar a ligação com movimentos sociais por meio de um nome com histórico de militância e proximidade com Lula.
Internamente, o Planalto avalia que a presença de Boulos no ministério pode reverter a falta de protagonismo da pasta, que desde 2023 é vista como fragilizada sob a gestão de Macêdo. A escolha de Lula por Boulos reforça a intenção do governo de ter no comando da Secretaria-Geral alguém com influência entre os militantes de esquerda e maior capacidade de articulação social.
Apesar disso, a decisão encontra resistência entre dirigentes do PSOL, que temem os impactos da saída de Boulos da disputa eleitoral na sobrevivência da legenda. Segundo aliados, o parlamentar considera que assumir o ministério seria uma forma de manter relevância política, diante de um mandato considerado ofuscado pelas articulações eleitorais em São Paulo. A sondagem do Planalto foi acompanhada por conversas de Boulos e sua esposa, Natalia Szermeta, com membros do partido para medir a aceitação da mudança.