O Governo Federal descartou, nesta quarta-feira (22), a proposta de flexibilizar os prazos de validade dos alimentos após forte repercussão negativa. A medida, sugerida pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), foi duramente criticada nas redes sociais e acusada de possibilitar a venda de comida podre. O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou à CNN que essa ideia “não será adotada” e garantiu que o governo busca soluções que respeitem a segurança alimentar da população.
Além da polêmica sobre alimentos vencidos, a comunicação do governo enfrentou novos ruídos. Pela manhã, Rui Costa mencionou um “conjunto de intervenções” para baratear os alimentos, termo que causou apreensão no mercado, devido à inspiração marxista do governo, que supõe um forte controle estatal sobre os meios de produção e os preços. Horas depois, em entrevista à CNN, ele recuou e substituiu a palavra por “medidas”, assegurando que as ações serão discutidas com o setor produtivo para evitar interpretações negativas.
A Abras, que propôs a flexibilização, argumenta que práticas como o uso do termo “melhor consumir até” em vez de “válido até” já são adotadas em outros países. Apesar disso, a proposta não foi bem recebida por setores da sociedade, incluindo parlamentares da oposição, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que ironizou: “A picanha não veio, e se vier, será podre”.