O governo Lula (PT), deve ultrapassar a marca de R$ 300 bilhões em gastos extraordinários até o fim de 2025, conforme levantamento da Instituição Fiscal Independente (IFI). Esses recursos foram executados fora das regras fiscais e somam cerca de R$ 324 bilhões, sendo a maior parte concentrada em 2023, com impacto direto no orçamento público. Ainda assim, a equipe econômica trabalha com a meta de déficit primário zero, mesmo diante de despesas que pressionam a percepção de responsabilidade fiscal.
Entre os principais desembolsos estão o pagamento de precatórios e os efeitos da chamada PEC da Transição, que autorizou o uso de R$ 145 bilhões a mais no Orçamento de 2023. O ministro Fernando Haddad (PT) atribuiu parte da dívida à gestão de Jair Bolsonaro (PL): “Não poderíamos fazer o que o Bolsonaro fez para 2022: dar calote em precatórios”, afirmou durante um evento fechado do grupo Prerrogativas. Apesar de haver respaldo legal para os gastos, a ausência de cortes compromete a meta fiscal e sinaliza a continuidade de uma política que transfere a conta ao contribuinte.
Com dificuldades em equilibrar o orçamento, o governo tem adotado estratégias que incluem o aumento de tributos, como o IOF sobre operações financeiras. A medida, estimada para arrecadar R$ 61 bilhões em dois anos, gerou forte reação negativa, o que levou o Planalto a buscar alternativas como a taxação de apostas e a revisão de isenções sobre investimentos. Segundo Haddad, “é muito fácil aumentar a alíquota de um imposto”, justificando que a arrecadação é necessária para cumprir compromissos herdados. Ainda assim, o ônus recai, mais uma vez, sobre quem paga impostos.