O governo Lula (PT), por meio do Itamaraty, condenou as explosões simultâneas de dispositivos eletrônicos usados por membros do Hezbollah no Líbano, sem classificar o grupo como terrorista. A nota oficial afirmou que as explosões, que deixaram nove mortos e mais de 2.500 feridos, aumentam o risco de escalada do conflito na região, já afetada pelos ataques a Israel vindos de Gaza, Líbano e Irã, bem como pela resposta do Estado judeu.
O Hezbollah responsabilizou Israel pelas explosões, ocorridas pouco depois de Israel anunciar ter frustrado uma tentativa de assassinato contra um ex-funcionário do alto escalão israelense, que seria executada pelo grupo terrorista. A imprensa internacional sugere que os dispositivos usados pelo Hezbollah podem ter sido hackeados, e alguns especialistas acreditam que a hipótese de agentes israelenses infiltrados no grupo não pode ser descartada.
O incidente expôs as vulnerabilidades tecnológicas do Hezbollah, que ainda utiliza dispositivos como pagers para evitar a interceptação de suas comunicações. Embora o governo brasileiro tenha garantido que não há brasileiros entre as vítimas, a embaixada no Líbano está prestando assistência à comunidade brasileira no país, que, de modo geral, não teria sido afetada, já que as explosões ocorreram nas mãos de suspeitos de utilizar esses equipamentos para se conectar à rede de comunicações terroristas.