A arrecadação do governo federal atingiu R$ 201,6 bilhões em agosto de 2024, marcando um recorde histórico e um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior. A Receita Federal destacou que esse crescimento reflete a alta das receitas tributárias, incluindo tributos diferidos no Rio Grande do Sul, que somaram R$ 3,6 bilhões devido ao adiamento dos impostos após as enchentes que atingiram o estado. O aumento na arrecadação ocorre em um cenário de alta na massa salarial, que subiu 7,9% em 12 meses até julho, segundo o IBGE.
O crescimento expressivo da arrecadação contribui para as tentativas do governo de equilibrar suas contas e atingir a meta de zerar o déficit primário em 2024. Até julho, o Tesouro Nacional registrou um déficit de R$ 233,3 bilhões nos últimos 12 meses. Mesmo com a alta arrecadação, o cenário fiscal ainda é desafiador, com o relatório Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda prevendo um déficit primário de R$ 66,67 bilhões até o final do ano.
Além da alta na arrecadação, o governo também congelou R$ 15 bilhões do orçamento de 2024, sendo R$ 11,2 bilhões em despesas discricionárias e R$ 3,8 bilhões em contingenciamento. Esse movimento é parte de uma estratégia para manter o déficit dentro do limite estabelecido pelo arcabouço fiscal, que prevê um saldo negativo de até R$ 28,8 bilhões. O Ministério do Planejamento tem até o fim de setembro para divulgar as novas estimativas de receitas e despesas do ano.