O deputado Glauber Braga (PSol-RJ) anunciou uma greve de fome em protesto contra o processo de cassação aprovado nesta quarta-feira (9) pelo Conselho de Ética da Câmara. O gesto chamou atenção não apenas pelo radicalismo da decisão, mas pela contradição: enquanto milhões de pessoas ao redor do mundo passaram fome sob regimes comunistas apoiados por seu partido, Braga agora escolhe voluntariamente o jejum como forma de pressão política. “Vou permanecer nesta sala do Congresso Nacional até a finalização do processo. […] Não vou, a partir de agora, me alimentar”, declarou o parlamentar.
O PSol é historicamente alinhado a governos que impuseram fome e miséria à população, como os de Cuba, Venezuela, União Soviética e Coreia do Norte. Vale a pena ressaltar a ironia de um defensor desses modelos que se submete à privação alimentar como instrumento político, mesmo quando tantos morreram sem essa escolha sob os regimes que seu partido exalta. A medida ocorre no contexto da cassação por quebra de decoro, após Braga expulsar com violência um militante do MBL das dependências da Câmara, em abril de 2024.
Durante a sessão que durou mais de seis horas, o relator Paulo Magalhães (PSD-BA) sustentou o pedido de perda de mandato, que foi aprovado por 13 votos contra cinco. “Diante dessa algazarra e dessa balbúrdia que se transformou essa comissão, eu mantenho meu relatório”, afirmou. O PSol alega perseguição política e promete recorrer ao STF caso o plenário da Câmara confirme a cassação, que ainda depende de votação com quórum qualificado de 257 deputados.