A montadora chinesa BYD está explorando a possibilidade de adquirir ativos de mineração de lítio no Brasil, um recurso essencial na produção de veículos elétricos. A empresa busca garantir um suprimento estável de matérias-primas para sua crescente produção de carros elétricos fora da Ásia. A vice-presidente global da BYD, Stella Li, revelou que a nova fábrica no Brasil incluirá uma unidade de processamento de fosfato de lítio e ferro destinada ao mercado internacional, com planos de conclusão das obras em menos de dois anos.
A estratégia da BYD envolve a aquisição de recursos competitivos, bem como a possibilidade de possuir operações de mineração no Brasil. Isso visa fortalecer sua presença no mercado brasileiro e contribuir para o crescimento da indústria de veículos elétricos na América Latina. O interesse da BYD reflete a importância crescente do lítio como um dos principais commodities do futuro, impulsionado pela transição para veículos elétricos.
A BYD planeja investir no Brasil R$ 3 bilhões na construção de sua primeira fábrica de carros elétricos fora da Ásia, bem como em um centro de pesquisa e desenvolvimento focado em tecnologias para veículos híbridos flex. Além disso, a concorrente chinesa Great Wall Motor tem planos de iniciar a produção de seus primeiros modelos de veículos elétricos pré-série no país em maio do próximo ano.
Enquanto as vendas de veículos elétricos continuam crescendo no Brasil, a BYD lidera o segmento de veículos elétricos a bateria (BEVs) e emplacando os três modelos mais vendidos em agosto. A montadora chinesa registrou 656 emplacamentos de veículos elétricos no mês, seis vezes mais do que a segunda colocada, de acordo com dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Por outro lado, o relacionamento comercial entre Brasil e China tem gerado preocupações em alguns setores industriais, que alertam para a concorrência desleal prejudicando o mercado local. Acordos comerciais envolvendo investimentos chineses no Brasil têm sido objeto de debate, com preocupações sobre a dinâmica da economia chinesa e seu impacto na indústria brasileira.
A China busca maior abertura da economia brasileira em relação a acordos comerciais, o que tem gerado discussões sobre o impacto desses acordos no mercado local. Além disso, empresas chinesas como a gigante de comércio eletrônico Shein estão comprometendo-se a “nacionalizar” parte de suas vendas no Brasil, levantando questões sobre as repercussões para empresas locais, como a têxtil Coteminas, que já demitiu trabalhadores após seu envolvimento com Shein.