A revista britânica The Economist publicou um editorial severamente crítico à política fiscal do governo Lula (PT), destacando que o petista está gastando como se o Brasil fosse um país muito mais rico do que realmente é. O editorial, intitulado “Para interromper a derrocada do Brasil, Lula precisa cortar gastos públicos desenfreados”, apontou que os gastos aumentaram 13% acima da inflação em comparação ao ano anterior e que o déficit fiscal atingiu 9% do PIB. A publicação enfatizou a necessidade de cortes imediatos nos gastos para evitar um agravamento da crise econômica.
A revista criticou também as tentativas de Lula de responsabilizar o Banco Central pelas altas taxas de juros, afirmando que essas são consequências diretas da política fiscal do governo. Segundo a The Economist, “Lula poderia impedir parte disso, aderindo estritamente à estrutura fiscal que seu governo elaborou para substituir um teto de gastos rígido que quebrou sob o governo Bolsonaro.” A revista alertou ainda sobre a desvalorização do real, que perdeu 17% de seu valor em relação ao dólar no último ano, e a queda da Bolsa de Valores de São Paulo, que refletiriam a desconfiança dos investidores.
Em meio às críticas, o governo anunciou recentemente medidas de congelamento e contingenciamento de despesas, somando um bloqueio de R$ 11,20 bilhões e um contingenciamento de R$ 3,80 bilhões, na tentativa de cumprir o arcabouço fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), destacou que tais medidas são necessárias para ajustar as contas públicas, especialmente após a revisão das receitas e o aumento das despesas obrigatórias. A equipe econômica também prevê divulgar dados sobre arrecadação e resultados fiscais nos próximos dias, que deverão mostrar um déficit de pelo menos 28,8 bilhões em 2024.