A decisão do Carrefour de boicotar carnes do Mercosul gerou uma resposta contundente de frigoríficos brasileiros. JBS, Marfrig e Masterboi interromperam o fornecimento de carne ao grupo varejista no Brasil, incluindo o Atacadão e o Sam’s Club. O movimento foi uma reação direta ao anúncio do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, que afirmou que a rede não comercializaria mais carnes do bloco sul-americano, justificando que o compromisso valia “qualquer que fosse o preço ou a quantidade de carne oferecida”.
O Carrefour tentou minimizar o impacto, esclarecendo que a medida vale apenas para suas lojas na França e que as operações no Brasil continuarão adquirindo carne do Mercosul. No entanto, a reação brasileira foi interpretada como um ato de defesa do agronegócio nacional e seus padrões de qualidade. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que a suspensão do fornecimento mostra “a força e a união do setor produtivo brasileiro”.
A Federação das Associações Rurais do Mercosul (Farm) também repudiou a decisão do Carrefour, classificando-a como “arbitrária e protecionista”. Apesar disso, o impacto direto na balança comercial brasileira deve ser pequeno, já que as exportações de carne bovina para a França representam apenas 0,66% do total enviado à União Europeia. O caso reflete as crescentes tensões em torno do acordo Mercosul-UE, que enfrenta resistência de setores agrícolas europeus.