Em um discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (19), o presidente Lula (PT) destacou a crescente desigualdade global, pedindo esforços maiores dos “países ricos” para abordar questões como fome, desigualdade, promoção da paz, reversão das mudanças climáticas e reforma de instituições como a própria ONU.
Em um discurso que durou pouco mais de 21 minutos, Lula falou sobre a necessidade urgente de ação em relação a vários problemas globais. Ele enfatizou seu compromisso em alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil, com uma proposta de 18º objetivo focado na igualdade racial.
Lula também mencionou programas de combate à desigualdade, como “Brasil Sem Fome” e “Bolsa Família”, juntamente com uma lei recente que exige salários iguais para homens e mulheres em funções iguais. Ele enfatizou a importância de abordar as mudanças climáticas e criticou as emissões históricas dos países ricos, pedindo uma correção de curso.
O OPERÁRIO QUE FICOU RICO E RECLAMA DA DESIGUALDADE
É importante reconhecer o contraste marcante entre a retórica de Lula, um operário metalúrgico que chegou à presidência, sobre a desigualdade e sua própria riqueza pessoal. Em 2022, ao concorrer ao cargo de presidente, Lula declarou um patrimônio líquido de R$ 7,4 milhões. Segundo a ANAFISCO, ter um patrimônio líquido de USD$ 433.000 colocaria um indivíduo no topo de 1% mais rico do Brasil. Com uma taxa de câmbio de aproximadamente R$ 5 por dólar americano, isso equivaleria a R$ 2.165.000. Em outras palavras, Lula é três vezes mais rico do que a média dos brasileiros, de acordo com os valores que ele mesmo relatou.
Enquanto os apelos de Lula para abordar a desigualdade global e seu compromisso com os objetivos de desenvolvimento sustentável são escutados, sua própria situação financeira levanta dúvidas sobre a sinceridade de sua mensagem. Críticos podem argumentar que ele deveria dar o exemplo e tomar medidas concretas para redistribuir sua riqueza antes de pedir aos “países ricos” que abordem a desigualdade. Essa inconsistência entre suas palavras e ações pode minar a credibilidade de sua posição em relação à justiça econômica e social.