O ex-presidente do Peru, Alejandro Toledo, foi condenado a 20 anos e seis meses de prisão por receber propina da Odebrecht, em um escândalo que atingiu diversos políticos na América do Sul. No Brasil, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também foi implicado por suspeitas de repasses ilegais da empresa à sua campanha em 2014, conseguiu escapar de condenação após o STF anular as provas contra ele, decisão tomada pelo ministro Dias Toffoli. A sentença contra Toledo, no entanto, foi confirmada pela Suprema Corte peruana.
A investigação sobre Toledo envolvia a autorização de contratos com a Odebrecht, pelos quais ele teria recebido 25 milhões de dólares em propina para a construção da rodovia Interoceânica. Enquanto no Brasil as provas baseadas nos sistemas Drousys e MyWebDay, cruciais para o processo contra Alckmin, foram anuladas, no Peru as evidências permanecem válidas, resultando em um dos principais desdobramentos da Operação Lava Jato fora do Brasil.
O promotor peruano Rafael Vela reforçou que a decisão do STF não afeta os casos no Peru. “A decisão do ministro brasileiro não tem nenhum efeito aqui”, disse ele em entrevista ao jornal La República. As investigações no Peru seguem firmes, com processos como o de Keiko Fujimori, filha do ex-ditador Alberto Fujimori, prestes a ir a julgamento.