O ex-presidente do Banco Central, Arminio Fraga, alertou que a economia brasileira enfrenta uma crise grave e depende de ajustes fiscais para evitar um cenário ainda pior. Durante uma palestra ao lado de Gabriel Galípolo, novo presidente do BC indicado por Lula (PT), Fraga afirmou que os juros altos e a dívida crescente colocam o país em uma situação delicada. “O paciente está na UTI”, disse ele, reforçando que o Banco Central sozinho não pode resolver os problemas econômicos do Brasil.
O ex-presidente do BC destacou que, apesar dos avanços no mercado de trabalho, o cenário atual exige medidas mais concretas. Ele enfatizou que o governo precisa reconhecer que “não há mágica” e que a responsabilidade fiscal deve ser uma prioridade. Segundo Fraga, a curva de juros elevada e as expectativas de inflação em torno de 6% indicam que o país enfrenta um problema estrutural que exige mudanças urgentes na política econômica.
Galípolo, por sua vez, reconheceu os problemas e afirmou que busca encontrar o equilíbrio entre as políticas fiscal e monetária. Ele ressaltou que tem “espaço e voz” para dialogar sobre o cenário econômico, mas que precisa respeitar os limites institucionais do Banco Central. Enquanto isso, a Selic segue elevada, com previsão de atingir 15% neste ano, refletindo as dificuldades do Governo Federal em controlar a inflação e restaurar a confiança do mercado.