O ex-presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, foi preso pela Interpol nesta terça-feira (11) ao desembarcar no principal aeroporto de Manila, em cumprimento a um mandado do Tribunal Penal Internacional (TPI). A ordem de prisão decorre de uma investigação sobre crimes contra a humanidade relacionados à sua campanha de combate às drogas, marcada por milhares de mortes. Duterte, que governou de 2016 a 2022, já havia declarado anteriormente que estava preparado para ser detido e negou ter ordenado execuções fora da lei, a menos que ocorressem em legítima defesa.
A presidência filipina confirmou que recebeu o mandado e que Duterte foi oficialmente informado pela polícia antes de ser levado sob custódia. Seu ex-conselheiro jurídico, Salvador Panelo, classificou a prisão como ilegal e denunciou que um dos advogados do ex-presidente foi impedido de encontrá-lo no aeroporto. A decisão do TPI ocorre apesar de Duterte ter retirado unilateralmente o país do tribunal em 2019, alegando perseguição política e falta de legitimidade do órgão internacional.
Durante seu mandato, Duterte promoveu uma política de repressão extrema contra o tráfico de drogas, com operações policiais que resultaram na morte de 6.200 criminosos, segundo a polícia, embora grupos de direitos humanos aleguem um número maior. A magnitude da campanha gerou forte apoio interno, com pesquisas indicando que 76% da população aprovava sua gestão. Em diversas ocasiões, o ex-presidente proferiu declarações polêmicas sobre a guerra contra as drogas, chegando a insultar líderes internacionais, incluindo Barack Obama e o Papa Francisco, por questionar suas medidas contra o negócio das drogas.
