O ex-presidente argentino, Alberto Fernández, foi formalmente acusado por suspeita de desvio de fundos, relacionado à contratação irregular de seguros para funcionários públicos durante seu mandato.
Fernández é acusado de contratar “uma corretora e empresas privadas” para intermediar a gestão de seguros em órgãos governamentais durante sua gestão, informou a agência oficial Telam.
A denúncia solicita uma investigação sobre irregularidades relacionadas a um decreto assinado por Fernández em dezembro de 2021, no qual ordenou que todos os órgãos públicos contratassem seguros com a Nación Seguros, do Banco Nación. Segundo a acusação, amigos do ex-presidente teriam se beneficiado como intermediários, recebendo comissões milionárias.
O procurador federal Ramiro González acusou Fernández e o ex-chefe da Nación Seguros, Alberto Pagliano, após uma denúncia criminal da advogada Silvina Martínez. Eles são acusados de violação dos deveres de funcionário público, abuso de autoridade e peculato. Os órgãos públicos, apesar de não necessitarem de intermediários para contratar esses seguros, teriam utilizado como intermediário o amigo de Fernández, Héctor Martínez Sosa, marido de sua secretária, María Cantero.
Em uma entrevista publicada hoje no jornal “La Nación”, Fernández, ao retornar da Espanha, onde passou alguns meses com a família após deixar o cargo em 10 de dezembro, tentou se distanciar da denúncia, afirmando: “Não pedi nada para ninguém, e se minha secretária fez isso, ultrapassou os limites”.
Apesar da tentativa de Fernández de se dissociar do escândalo, Martínez Sosa e outras pessoas ligadas ao setor de seguros aparecem como visitantes em 2020, inclusive durante a pandemia de covid-19, nos registros oficiais de visitas à residência presidencial.