A Polícia Federal (PF) investiga o blogueiro e ex-comentarista da Jovem Pan, Paulo Figueiredo. Ele é um dos alvos da operação “Tempus Veritates” que averigua o planejamento de um golpe de Estado pela cúpula do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após as eleições de 2022. O blogueiro, que mora em Miami, é neto do ex-presidente João Figueiredo, o último general a ser presidente durante o período da ditadura, ocorrido no Brasil de 1964-1985.
As investigações apontam que Paulo Figueiredo articulava a divulgação de notícias falsas com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, acompanhado do coronel Bernardo Romão Correa Neto e do tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliere Medeiros.
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes ordenou que Paulo fosse alvo de busca e apreensão pessoal e domiciliar e sofresse medidas cautelares diversas da prisão. Figueiredo está proibido de manter contato com outros investigados pela operação. O ministro também solicitou a desativação das suas redes sociais.
Segundo a coluna do Marcelo Godoy no Estadão, a fala do blogueiro em uma campanha nas redes sociais que passou a caluniar e a difamar os generais, qualificados como carreiristas, traidores e melancias. Entre os alvos, estava o general Tomás Paiva, atual comandante do Exército.
“Eu apurei que há (generais do Alto Comando do Exército) que têm se colocado de forma aberta contra uma ação mais contundente das Forças Armadas. Mas, hoje, por um dever cívico, vou dar nome aos bois, pois o povo brasileiro tem direito de saber quem é quem”, disse Paulo.
Passagem pela polícia
Paulo Figueiredo já tem passagem pela polícia. Em agosto de 2019, ele foi preso pela polícia dos Estados Unidos, suspeito de integrar um suposto esquema de pagamento de propinas a dirigentes do BRB, banco controlado pelo governo do Distrito Federal, em troca de recursos para a construção do então Trump Hotel, no Rio de Janeiro. O projeto depois foi renomeado para LSH Lifestyle. O empresário foi considerado foragido pela Interpol, e terminou atrás das grades por alguns dias.
Seu nome também consta em pelo menos 18 processos no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região e em outros tribunais.
Em 2021, o neto do ditador general Figueiredo foi afastado da programação da rádio Jovem Pan. E em janeiro do ano passado acabou demitido, quando já era investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por suposta disseminação de desinformação na emissora.
Fonte: Estadão e Agência Brasil