O Ministério Público de São Paulo recebeu uma representação sobre as ofensas feitas pela ex-assessora especial do Ministério da Igualdade Racial, Marcele Decothé. Ela se referiu aos torcedores do São Paulo como: “Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade; pior tudo de pauliste [sic]”.
Marcele acompanhava a final da Copa do Brasil disputada com o Flamengo no estádio do Morumbi. As frases de cunho racista e intolerante foram publicadas no mesmo momento em que a ministra Anielle Franco, então chefe dela, assinava um protocolo de ações antirracistas junto a Confederação Brasileira de Futebol.
A viagem causou repercussão pelo fato de Anielle ter usado um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para a agenda, o que é permitido pela lei. A ex-assessora foi exonerada do cargo, mas não parou por aí. A repercussão foi tão negativa que a ministra telefonou para os presidentes do São Paulo Futebol Clube e da torcida organizada Independente para pedir desculpa.
O subprocurador-geral, José Carlos Cosenzo, encaminhou o caso para o Fórum Criminal da Barra Funda. O promotor de Justiça vai examinar e tipificar a conduta de Marcelle, ou seja, adequar ao crime específico que ela supostamente teria cometido. Marcelle Decothé recebia R$ 17,1 mil por mês. Ela entrou no governo no dia 7 de fevereiro.