As estatais brasileiras registraram um déficit histórico de R$ 7,2 bilhões entre janeiro e agosto de 2024, segundo o Banco Central. Esse rombo, o maior desde o início da série em 2002, reflete a má gestão das empresas públicas federais e estaduais sob o novo governo Lula (PT), que está prestes a completar dois anos. Entre as estatais federais, o déficit foi de R$ 3,3 bilhões, enquanto as estaduais acumularam R$ 3,8 bilhões, evidenciando que os gastos superaram as receitas em um momento de discussões sobre reestruturação fiscal e redução da dependência dessas empresas do Tesouro Nacional.
Em contraste, as estatais federais alcançaram um lucro recorde de R$ 188 bilhões em 2021, superando os resultados do ano anterior, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), impulsionadas por uma gestão mais eficiente. A Petrobras, por exemplo, contribuiu com R$ 107 bilhões desse montante, resultado atribuído às políticas de controle de gastos e privatizações, como a da Eletrobras. No governo Bolsonaro, além de manter a política de austeridade iniciada por Michel Temer (MDB), a Lei de Responsabilidade das Estatais trouxe mais governança às empresas públicas.
Diante do cenário de crise econômica atribuído ao governo Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), defendeu recentemente novas regras orçamentárias para que as estatais não dependam mais de aportes do Tesouro. Segundo Haddad, “há estatais que podem deixar de ser dependentes”, ressaltando a criação de contratos de gestão para auxiliar essas empresas no processo de independência financeira. No entanto, surgem dúvidas sobre a capacidade dessas empresas de evitar a falência caso deixem de receber fundos federais, o que poderia colocar as estatais em uma situação ainda pior do que a atual.