A Ministra Rosa Weber, atual presidente do Supremo Tribunal Federal, não costuma ter um destaque relevante na mídia, a não ser quando decide pautar naquela Corte questões altamente controversas e com repercussão profundamente negativa na sociedade, como é o caso do aborto.
Entretanto, há pouco tempo, decidiu chocar o País ao comparar os atos do dia 8 de Janeiro, na Praça dos Três Poderes, com o ataque das forças japonesas à marinha dos Estados Unidos, na base de Pearl Harbor, em 1941, com quase 2.500 mortos e mais de 1.100 feridos.
Rosa Weber, que falava durante o Seminário e Encontro Nacional da Associação de Advogados e Advogadas pela Democracia, Justiça e Cidadania, afirmou ainda, num tom grandiloquente, que o dia 8 de janeiro “será eternamente o Dia da Infâmia”, pelos ataques à democracia constitucional e ao Estado Democrático de Direito, do mesmo modo que o presidente americano Franklin Roosvelt disse que o ataque de Pearl Harbor “viveria eternamente na infâmia”.
A desproporção da comparação salta aos olhos de qualquer observador comedido. A comparação é até estapafúrdia! Os acontecimentos do dia 8 de janeiro ainda estão sendo investigados e com cada vez mais estranhezas a cercá-los; a teoria da tentativa de um golpe de Estado enfraquece-se dia a dia. Como comparar um ataque aéreo, de horas de duração e altamente mortífero a uma potente esquadra naval, com a presença em Brasília de cidadãos, desarmados, envoltos apenas em bandeiras do Brasil, num domingo, em que as sedes dos Três Poderes estavam vazias?
O Ministro da Justiça, Flávio Dino, tem caracterizado sua atuação pública por um estilo autoritário, arrogante, debochado e ameaçador, com muito pouco respeito à tal “democracia” que apregoa a torto e a direito.
Uma das missões que o comissário comunista Dino assumiu foi a de desarmar a população civil, atropelando direitos, e, sobretudo, a verdade. Com mentiras sucessivas, o Ministro da Justiça tem procurado criminalizar os cidadãos de bem, que se conformam às leis, sem fazer qualquer menção aos elementos que compõem as facções criminosas que assombram os grandes centros urbanos com seus crimes.
Em uma de suas narrativas espúrias, chegou Flávio Dino a afirmar que os “soldados” do tráfico obtêm suas armas alugando-as a cidadãos de bem, os quais adquiriram e registraram suas armas conforme as exigências legais. O estapafúrdio da afirmação mereceu até um sketch humorístico do Canal Hipócritas. Entretanto, é com semelhantes estapafúrdios que o Ministro continua a alimentar sua campanha de desarmamento, Ministro que este ano entrou alegremente em uma área dominada pela facção do Comando Vermelho, na favela da Maré.
Recentemente o colunista da Folha de S. Paulo, Marcelo Leite, dedicou um de seus textos ao ciclone que atingiu o Sul do Brasil. “Mudança climática castiga eleitores de Bolsonaro”, era o título de sua coluna.
Deduzindo precipitadamente de uma tragédia natural (um ciclone) uma causa controversa (as “mudanças climáticas”), o jornalista ainda voltou sua sanha ideológica contra os eleitores de Bolsonaro. Estes teriam sido “castigados” pelo ciclone “que deixou sem luz mais de um milhão de moradores da região sul; sim, aquela parte do Brasil que votou em peso em Jair Bolsonaro outro terraplanista climático”.
A construção retorcida e estapafúrdia do texto tenta culpabilizar uma corrente de opinião por um desastre natural, atribuindo-lhe como causa criminosa um “terraplanismo climático”, ou um “negacionismo” das “mudanças climáticas”.
Quem teve a paciência de ler este artigo até aqui deve perguntar-se qual o motivo de elencar, num mesmo texto, estes três estapafúrdios, tão diferentes entre si, seja pelos autores, seja pelas matérias referidas. Alguns poderão até achar que estas afirmações são apenas ridículas ou absurdas, não merecendo uma maior atenção.
Entretanto, parece-me superficial fazê-lo. O ambiente político no Brasil vai sendo impregnado por tais estapafúrdios e aberrações, que ajudam a criar um clima de frenesi psicológico, de falta de razoabilidade, de desvario que sempre caracterizou as perseguições dos regimes totalitários. Saturados de insanidades como estas, os ambientes políticos se tornam abertos à perseguição inclemente a uma corrente ideológica, desumanizada pelos artifícios da propaganda.
Não será por acaso que Lula desumanizou seus opositores políticos ao qualificá-los de “animais selvagens”, nascidos no “neofascismo colocado em prática no Brasil”, gente que precisa ser “extirpada”.