O influencer Thiago Torres, conhecido como “Chavoso da USP”, teve sua conta no Instagram, com mais de 1 milhão de seguidores, desativada no domingo (16). O produtor de conteúdos, que costuma fazer postagens de viés crítico ao capitalismo e alinhados à esquerda, criou um novo perfil para denunciar o bloqueio. A reação imediata de parlamentares e militantes de esquerda expôs uma contradição: setores que apoiaram a derrubada de perfis de direita agora reclamam de censura quando atingidos pela mesma medida.
A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) classificou como “escandaloso” o cancelamento e acusou a Meta de promover um “ataque direto à liberdade de expressão”. Erika Hilton (Psol-SP) também se manifestou, chamando o episódio de “absurdo” e divulgando o novo perfil do influenciador. O Coletivo Indígena Kirimbawa Itá afirmou que o influencer foi “silenciado de forma arbitrária”. A mobilização da esquerda em defesa de Chavoso contrasta com o histórico de apoio a medidas que resultaram na suspensão de contas de jornalistas e ativistas conservadores.
Thiago Torres já havia sido condenado em maio por um ataque contra o ex-prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, o Guti (PSD-SP). Além disso, ganhou repercussão em dezembro de 2024 ao criticar o filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, antes da obra vencer o Oscar. Perfis de direita em redes sociais ironizaram a situação, destacando que a esquerda, antes defensora da censura digital contra opositores, agora se vê na mesma posição que criticava.








