O prefeito e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), anunciou uma medida de cunho populista em São Paulo: a implementação da tarifa zero nos ônibus municipais aos domingos e feriados. A proposta, que disponibilizará 4.830 ônibus e 1.175 linhas de forma gratuita, busca proporcionar aos cidadãos a oportunidade de desfrutar da cidade sem custos.
Contudo, a decisão suscita questionamentos sobre sua sustentabilidade financeira, uma vez que a Prefeitura deixará de arrecadar R$ 283 milhões anualmente, podendo implicar em cortes de investimentos em áreas essenciais como saúde, educação e segurança. A proximidade das eleições de 2024 alimenta dúvidas sobre as reais intenções por trás dessa medida, levantando a possibilidade de ser uma estratégia eleitoral para impulsionar a popularidade de Nunes.
Apesar da aparente intenção de beneficiar o público, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) expressou firme oposição à iniciativa, argumentando que o substancial custo da tarifa zero poderia comprometer outras políticas públicas essenciais. Freitas destaca a falta de uma apresentação clara dos custos e critica a falta de sustentabilidade da medida, questionando: “Quanto será subtraído de outras políticas públicas para viabilizar a tarifa zero?”.
O contexto financeiro revela ainda que o município já enfrenta grandes problemas, com os gastos em subsídios para empresas de ônibus ultrapassando R$ 5,1 bilhões até novembro deste ano, superando o total de 2022 em 4%. Diante desse cenário, emerge uma preocupação palpável sobre a origem do financiamento para sustentar a decisão do prefeito, especialmente considerando que os custos já atingiram patamares históricos.