Em meio à queda acentuada do desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o Rio de Janeiro anuncia a criação de uma nova bolsa de valores após mais de 20 anos. O principal índice da B3, o Ibovespa, acumulou uma queda de 20,56% em 2024 até o início de julho, registrando um dos piores desempenhos em dólares no acumulado do ano desde o início do século. A nova bolsa carioca, anunciada pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) e pelo CEO do Americas Trading Group (ATG), Claudio Pracownik, está prevista para iniciar operações no segundo semestre de 2025, ainda aguardando autorizações do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários.
Para incentivar a instalação da nova bolsa, Paes sancionou uma lei municipal que reduz o ISS de 5% para 2% sobre atividades da bolsa de valores. “O Rio tem uma parte importante da força econômica do Brasil: a Vale está aqui, a Globo está aqui, a teledramaturgia da Record está no Rio. Mas onde está o setor produtivo? A gente tem um monte de coisas interessantes acontecendo no setor privado do Rio, mas a gente não consegue levantar essa turma”, declarou Paes. O prefeito também ironizou os “Faria Limers”, profissionais do polo financeiro de São Paulo, afirmando que a nova bolsa do Rio vai gerar empregos, estimular a concorrência e atrair capital para a cidade.
Claudio Pracownik destacou que a criação de uma segunda bolsa de valores no país é um sinal de maturidade do mercado de capitais brasileiro. “A nova bolsa terá sua sede administrativa localizada no Rio de Janeiro. Isso é muito importante para a cidade e para o estado. O Rio voltará a ser um grande centro de negócios, atraindo investidores, e isso tem uma relevância enorme. Nós esperamos que este seja o marco inicial do renascimento do mercado financeiro no Rio de Janeiro,” comentou o CEO do ATG.