Numa reviravolta inesperada na política argentina, Javier Milei, deputado eleito há dois anos, arrasou as primárias presidenciais. A coligação que ele fundou, “La Libertad Avanza”, obteve uma vitória significativa ao se impor em vários dos distritos mais importantes do país. O líder “libertário” atraiu cerca de 7 milhões de eleitores, impressionantes 30,02% do total, tornando-se o candidato presidencial mais proeminente do dia. Na dimensão territorial, Milei conseguiu a vitória em 16 das 23 províncias que constituem o território argentino: Córdoba, Mendoza, Santa Fé, Tucumán, Chubut, Jujuy, La Pampa, La Rioja, Misiones, Neuquén, Río Negro, Salta, San Juan, San Luis, Santa Cruz y Tierra del Fuego.
Em contraste, a coligação opositora social democrata “Juntos por el Cambio” enfrentou um resultado agridoce. Embora tenham conseguido assegurar o segundo lugar a nível nacional, com 28,27% dos votos, cederam terreno em quatro dos cinco distritos mais influentes, onde anteriormente haviam dominado as eleições legislativas. Apesar dessa derrota em algumas regiões, “Juntos por el Cambio” manteve seu bastião fundamental na cidade de Buenos Aires, onde obtiveram sólidos 48,31% dos votos.
Por outro lado, o Kirchnerismo, representado pela “Unión por la Patria”, sofreu um revés significativo. Apesar de Sergio Massa ter se destacado como o segundo candidato mais votado, a coligação ficou em terceiro lugar a nível nacional, com 27,16% dos votos. Esse desempenho preocupante poderia ameaçar sua participação em um possível segundo turno nas eleições gerais de outubro. Embora tenham conseguido manter a província de Buenos Aires por uma margem estreita, os semblantes no quartel-general da “Unión por la Patria” refletem uma crescente preocupação diante dessa dinâmica eleitoral surpreendente.