A estabilidade econômica durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), marcada pela gestão de Paulo Guedes na Fazenda, contrasta fortemente com o cenário atual sob a administração de Lula (PT) e seu Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). As decisões econômicas do novo governo e a gastança desenfreada têm levado o país a uma rápida desvalorização do real, tornando-o a moeda emergente que mais perdeu valor em 2024. De acordo com dados da RB Investimentos, o real acumula uma desvalorização de quase 11% desde janeiro, um cenário agravado pelas constantes críticas de Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “Todo o ataque de Lula ao Banco Central provoca dúvidas sobre a sustentabilidade da dívida pública e sobre a leniência com a inflação, o que enfraquece a moeda brasileira”, destacou Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, em entrevista ao Correio Braziliense.
Analistas do mercado financeiro avaliam que a incerteza no cenário doméstico, exacerbada pelas críticas recorrentes de Lula ao presidente do Banco Central, tem contribuído para a desvalorização do real. Na última quarta-feira (20), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 10,50% ao ano, apesar das pressões de Lula. Esta decisão reforça as preocupações com a deterioração fiscal do país. Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da ARX Investimentos, ressaltou ao Correio Braziliense que “a manutenção da taxa de juros, em meio a críticas do presidente, adiciona volatilidade e sustenta o real acima de R$ 5,40”.
A posição do real no ranking de desvalorização das moedas emergentes é alarmante, superando até o peso argentino. O levantamento realizado a pedido da CNN por Einar Rivero, sócio fundador da Elos Ayta Consultoria, coloca o real com o segundo pior desempenho do ano entre 23 moedas globais. Fatores internos, como a percepção de risco fiscal, também têm contribuído para essa desvalorização. Cristiane Quartaroli, estrategista de câmbio e economista-chefe do Ouribank, destacou: “O risco institucional e fiscal no país piora o nosso prêmio de risco, trazendo pressão para a nossa taxa de câmbio”.