O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), reconheceu que estudos anteriores já alertavam sobre o risco de chuvas e enchentes no estado, mas afirmou que não houve investimento suficiente em prevenção devido a outras prioridades do governo. “A gente entra aqui no governo e o estado estava sem conseguir pagar salário, sem conseguir pagar hospitais, sem conseguir pagar os municípios. A agenda que se impunha ao estado era aquela especialmente vinculada ao restabelecimento da capacidade fiscal”, justificou Leite em entrevista à Folha de São Paulo no último domingo (19).
Leite enfatizou que a recente tragédia climática exige uma nova postura tanto do governo quanto da sociedade em relação aos alertas de desastres. Ele destacou a necessidade de estruturar melhor o poder público para responder a esses alertas de forma eficaz. “Muitos alertas se revelam agora especialmente relevantes. Muitos alertas foram feitos e não se consumaram também. Então, naturalmente, vamos estruturar o poder público para que a gente possa receber esses alertas, tentar depurar o que é crítico, o que não é tão assim”, explicou o governador, ressaltando que a responsabilidade não recai apenas sobre o governante atual.
Na última sexta-feira (17), Eduardo Leite anunciou a criação da Secretaria da Reconstrução Gaúcha para enfrentar as consequências das chuvas no estado. O órgão será liderado pelo economista Pedro Capeluppi, ex-assessor do ex-ministro Paulo Guedes durante o governo Bolsonaro, e substituirá a Secretaria de Parcerias. A nova secretaria fará parte do Plano Rio Grande e será composta por um conselho com câmaras temáticas para discutir medidas em todas as fases do programa, incluindo a viabilização de recursos. Esta iniciativa ocorre em resposta à nomeação de Paulo Pimenta (PT) por Lula para liderar o Ministério da Reconstrução do Rio Grande do Sul.