O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) revelou planos em articulação com aliados de Donald Trump para que imigrantes brasileiros detidos nos Estados Unidos, ligados a facções criminosas como o PCC e o Comando Vermelho, cumpram pena na prisão de segurança máxima em El Salvador. A proposta, apresentada em vídeo divulgado no canal do blogueiro Allan dos Santos, prevê que esses criminosos sejam enviados ao CECOT — centro penitenciário exaltado por Eduardo após visitas ao país. “Ali é cana braba”, disse o parlamentar, ao elogiar o modelo do presidente Nayib Bukele.
Segundo Eduardo, a iniciativa exigiria que os EUA reconhecessem formalmente as facções brasileiras como organizações terroristas, o que abriria caminho legal para a deportação de seus membros. Ele afirma já ter dado os “primeiros passos” nesse sentido, com base em experiências do governo Trump, que adotou medida semelhante contra a gangue venezuelana Tren de Aragua e a MS-13. A medida utilizaria brechas legais como a Alien Enemies Act, que permite deportações sumárias durante situações excepcionais, mesmo sem condenações formais.
Enquanto o governo Lula (PT) se opõe à proposta, argumentando que essas facções não se enquadram na definição de terrorismo, o parlamentar bolsonarista insiste que os EUA podem agir de forma independente. “Mesmo que o governo Lula não queira, os americanos podem fazer como fizeram com o Tren de Aragua”, declarou Eduardo nas redes. Já o Departamento de Estado norte-americano afirmou que o foco das reuniões com autoridades brasileiras foi a cooperação contra o crime transnacional, sem confirmar o apoio ao plano. O Brasil, por ora, segue recusando-se a reconhecer o PCC como organização terrorista, sob o argumento de que a legislação atual não contempla esse enquadramento.