O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se aproxima da criação de seu 38º ministério e do recorde estabelecido por Dilma Rousseff em seu segundo mandato que governava com 39 pastas.
Lula não satisfeito sempre quer mais , ele trabalha na montagem de uma nova pasta, o Ministério da Micro e Pequena Empresa.
Segundo o governo, ela serviria para ampliar o espaço de novos aliados, que tenta atrair o PP e o Republicanos.
No ranking de ocupação da Esplanada dos Ministérios desde a redemocratização, Lula e Dilma ocupam as cinco primeiras posições.
O menor número de ministérios desde a redemocratização foi registrado nos governos Bolsonaro e Collor. Bolsonaro chegou a 23 ministérios e Collor governou com 16, tendo iniciado o governo com 12.
Sobre esse número exagerado de ministérios, o analista político Marcus Vinicius de Freitas faz um panorama histórico para explicar, “O jogo político brasileiro, iniciado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e aprimorado pelos governos petistas, parte do pressuposto de um presidencialismo de coalisão. Isto reflete o espírito da constituição brasileira que, formatada para adotar um regime parlamentarista, foi mudada para o presidencialista”.
Marcus completa que “como os partidos políticos no Brasil não são ideológicos – e possuem donos – a realidade é que a estrutura de um governo pressupõe a troca de favores entre o Executivo e os partidos políticos para se manterem na base de sustentação. A falta de ideologia – e o pragmatismo financeiro das lideranças partidárias – cria bases estranhas de coalisão. Para acomodar estes interesses – e terem uma fatia generosa do orçamento, além do prestígio do ministério – Lula implementa, com destreza, o presidencialismo de coalisão. O problema é que, quando as lideranças partidárias identificam qualquer tipo de movimentação que lhes seja contrária, esse presidencialismo de coalisão passa a ser um presidencialismo de colisão, com os ministros, muitas vezes, falando abertamente contra o governo”.