A dívida líquida do setor público brasileiro alcançou 61,1% do PIB em 2024, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (31). O montante equivale a R$ 7,2 trilhões, refletindo uma alta de 0,7 ponto percentual no ano. O cenário preocupa analistas do mercado financeiro, que veem na trajetória crescente do endividamento um risco para a estabilidade econômica do país, agravado pela política fiscal expansionista do Governo Lula (PT).
Além da dívida líquida, a dívida bruta do Brasil encerrou o ano em 76,1% do PIB, um avanço de 2,2 pontos percentuais em relação a 2023. O aumento foi impulsionado pela alta dos juros, pela desvalorização cambial e pelo reconhecimento de dívidas. Apesar da redução pontual da dívida bruta em dezembro, devido à venda de dólares pelo Banco Central, a projeção do Tesouro Nacional indica que o endividamento pode ultrapassar 80% do PIB até 2028, atingindo níveis historicamente insustentáveis.
O déficit primário do setor público consolidado ficou em R$ 47,6 bilhões no acumulado de 2024, equivalente a 0,40% do PIB, representando uma redução em relação ao rombo de R$ 249,1 bilhões registrado no ano anterior. O Governo Federal registrou superávit de R$ 26,7 bilhões em dezembro, enquanto estados e municípios fecharam o mês com saldo positivo de R$ 12 bilhões. Apesar do resultado melhor no curto prazo, especialistas alertam para os problemas de médio e longo prazo, caso não sejam adotadas medidas concretas de contenção de gastos e estímulo ao crescimento econômico.