O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) entrou com uma ação na Justiça Eleitoral neste domingo (27), visando a inelegibilidade do prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e a cassação do mandato do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A medida ocorre após declarações de Tarcísio, que sugeriu a existência de orientações da facção criminosa PCC para que eleitores apoiassem Boulos. O governador afirmou, com base em interceptações do serviço de inteligência, que o grupo incentivava votos em “determinados candidatos”, indicando o psolista.
A coletiva de Tarcísio, realizada no dia do segundo turno ao lado do prefeito Nunes, é descrita na ação de Boulos como uma interferência deliberada nas eleições municipais. Segundo o deputado, a presença do candidato apoiado por Tarcísio, portando propaganda em suas camisas, evidenciaria a “utilização do cargo de Governador do Estado com a finalidade de interferir no resultado da eleição”. Boulos, que foi derrotado nas urnas com apenas três vitórias distritais, teve apoio direto de Lula, mas não conseguiu vencer em seu próprio bairro, Campo Limpo.
Em nota, a campanha de Nunes classificou a ação como um “afronte à democracia” e um “pedido que beira o ridículo”. Nunes foi reeleito com 59,4% dos votos válidos contra 40,5% de Boulos, apesar do investimento de aproximadamente R$ 82 milhões em sua campanha, sendo R$ 45 milhões provenientes do PT nacional. O apoio de Lula e o maquinário petista não foram suficientes para conter a alta abstenção, que superou o número de eleitores do candidato do PSOL na maior cidade do país.