O Brasil enfrentou um aumento de 117% no número de refugiados em 2023, com o Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos, à beira do colapso. De acordo com o relatório do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, 143.033 pessoas estavam refugiadas no país, principalmente venezuelanos e cubanos. O Ministério Público Federal (MPF) estima que cerca de 400 imigrantes, majoritariamente indianos, estão atualmente no aeroporto aguardando a possibilidade de fazer seus pedidos de refúgio.
O aumento de refugiados teve um grande impacto no aeroporto, onde a infraestrutura inadequada está sendo desafiada pela chegada contínua de imigrantes. Muitos desses indivíduos estão em condições precárias, dormindo no chão e sem acesso a higiene básica. O procurador Guilherme Rocha Göpfert, presente no local, afirmou que “os imigrantes estão sob condições precárias no aeroporto e precisam que as autoridades migratórias adotem soluções com urgência”. A falha na plataforma digital de registros de pedidos de refúgio, o Sisconare, exacerbou a situação, dificultando ainda mais o processo de entrada.
As autoridades federais, incluindo o Ministério da Justiça e a Polícia Federal, disseram que estão trabalhando para resolver as instabilidades do Sisconare e acelerar o processamento dos pedidos de refúgio. A situação já provocou a convocação de uma reunião emergencial envolvendo diversos órgãos, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a concessionária GRU Airport.