A Confederação Israelita do Brasil emitiu uma nota em repúdio as falas do ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, José Genoino, durante a participação em um programa na internet. O ex-deputado federal, condenado no esquema do Mensalão, disse achar interessante a ideia da rejeição, por motivos políticos, a determinadas empresas de judeus. A Conib enfatizou que esta é uma fala antissemita e tal postura é considerada crime no Brasil.
“O boicote a judeus foi uma das primeiras medidas adotadas pelo regime nazista contra a comunidade judaica alemã, que culminou no Holocausto. A Conib mais uma vez apela às lideranças políticas brasileiras que atuem com moderação e equilíbrio diante do trágico conflito no Oriente Médio”, diz um trecho da nota.
Genoino também fez uma sugestão ao atual Governo Federal: “Deveria cortar as relações comerciais, na área da segurança e na área militar, com o Estado de Israel”. Certamente ele desconhece a importância comercial entre os dois países. De acordo com a Federação Israelita do Estado de São Paulo, Brasil e Israel integram cerca de 450 empresas que trabalham e colaboram ativamente no setor de Tecnologia e Inovação.
Dois dias após as declarações descabidas, o petista tentou se defender: “Apresento meu repúdio à nota da Conib (Confederação Israelita do Brasil) e afirmo que não sou e nunca fui antissemita. Repudio, também, qualquer tipo de preconceito contra o povo judeu e defendo a existência de dois Estados”, disse.
Mas a repercussão foi extremamente negativa. O deputado estadual Guto Zacarias (União-SP), apresentou uma notícia-crime ao Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo contra José Genoino. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), usou as redes sociais para se posicionar diante do tema.
“Enquanto celebramos o combate à Intolerância Religiosa, repudio veementemente qualquer forma de ataque ou discriminação. Em São Paulo, defendemos a coexistência pacífica de todas as comunidades. A proposta de boicote às empresas de judeus é inaceitável; não à perseguição e não à divisão. Aqui, promovemos a união”, concluiu Nunes.