O Congresso do Peru aprovou a remoção de Dina Boluarte do cargo de presidente por “incapacidade moral permanente”, em uma votação unânime realizada na madrugada de sexta-feira (10). O afastamento foi motivado pela acusação de que o governo não foi capaz de enfrentar a escalada da criminalidade, bem como por escândalos de enriquecimento e falta de legitimidade política.
Durante a noite de quinta-feira (9), foram apresentadas quatro moções de impeachment que argumentavam que Dina Boluarte falhou ao lidar com o crime organizado e com graves déficits institucionais. Ela foi intimada a comparecer ao Congresso para exercer sua defesa, mas não compareceu, decisão justificada por sua defesa como uma violação ao devido processo. A bancada Força Popular, historicamente alinhada a Boluarte, retirou seu apoio e aderiu ao processo de destituição.
Logo após a votação, José Enrique Jerí Oré, presidente do Legislativo, tomou posse como presidente interino com a promessa de “guerra contra a delinquência” e de conduzir o país até as eleições previstas para abril de 2026. Boluarte, que ocupava o cargo desde dezembro de 2022 e tinha índices de desaprovação próximos a 93%, deixa o poder em meio a uma forte crise de governança.