Durante cerimônia de assinatura para a construção da Escola de Sargentos das Armas, em Pernambuco, Lula defendeu os militares de críticas de ambientalistas, já que a região onde está localizada a escola é contestada por ser uma área de proteção ambiental: “Eu sei da vocação e da capacidade de luta dos nossos ambientalistas. Sei de tudo isso, mas o que a gente tem que fazer é agradecer alguma coisa. Se não fosse o Exército ter essa área, ainda teria alguma árvore aqui?”, indagou.
No ano passado, um grupo de ecologistas procurou o Ministério do Meio Ambiente para barrar a construção da obra, mas não houve sucesso. O cálculo feito por quem entende do assunto envolvia o desmate de cerca de 150 hectares no Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti, uma área de 12 mil hectares na cidade de Paudalho, na Zona da Mata. Mas para o atual Governo, isso parece pouco importar.
O petista ainda tentou argumentar de outra forma, desta vez sem o menor embasamento científico e levou, novamente, toda a discussão para o campo político: “O que vai ser plantado é cidadania para milhões de jovens que se transformaram em sargentos e irão continuar defendendo a soberania brasileira”, afirmou.
A construção vai custar cerca de R$ 1,6 bilhão aos cofres públicos.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deveria, mas não comentou esse embate. Mas na última semana, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, ela disse algo que demonstra o pensa sobre o tema: “Não há como precificar a natureza; é um serviço ecossistêmico incalculável”, disse.
Esta foi mais uma demonstração de desalinho entre os membros da atual administração.