Após uma breve isenção concedida aos trabalhadores de baixa renda em 2023, a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco) alerta para ajustes prejudiciais na tabela do Imposto de Renda (IR) em 2024. Anteriormente isentos, os que recebem até dois salários mínimos agora estão sujeitos a tributos devido ao aumento do salário mínimo para R$ 1.412, ultrapassando a faixa de isenção de R$ 2.640. A não realização da promessa de Lula (PT) de isentar do IR quem ganha até R$ 5 mil intensifica preocupações sobre o alinhamento das políticas econômicas.
Além de afetar diretamente os contribuintes de menor poder aquisitivo, as mudanças na tabela do IR têm impactos sobre aposentados e pensionistas do INSS, conforme destaca Mauro Silva, presidente da Unafisco. A instituição estima que uma correção na tabela para refletir a inflação poderia isentar cerca de 13,6 milhões de pessoas do pagamento do IR. Com uma defasagem de 159,57% em 2023, evidencia-se um descompasso entre as promessas de campanha e a realidade enfrentada pelos brasileiros, especialmente aqueles com salários inferiores a R$ 4.942,29.
Neste contexto, Mauro Silva critica a postura do governo, argumentando que a suposta isenção para quem ganha até dois salários mínimos é uma ilusão. O aumento do ônus fiscal para essa parcela da população levanta questionamentos sobre a coerência das políticas tributárias e a preocupação do governo em aliviar a carga financeira dos cidadãos de baixa renda, considerando que nesta faixa se enquadram as pessoas que recebem até 3 salários mínimos, segundo determinado pelo próprio governo.