A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (1º) o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais. A proposta, enviada pelo Governo Lula, foi aprovada por unanimidade de votos, em um momento estratégico: exatamente 12 meses antes da eleição presidencial. A oposição alerta que o texto pode ser usado como ferramenta de propaganda pelo PT, que tenta apresentar a medida como conquista própria, embora propostas mais amplas, como isenção para rendas acima de R$ 10 mil, tenham sido defendidas por setores da direita.
O relator Arthur Lira (PP-AL) manteve o texto original do Governo Federal e rejeitou a maioria das emendas que buscavam ampliar o alcance da desoneração. O projeto prevê isenção parcial para quem ganha até R$ 7.350 e cria uma nova faixa de tributação para rendimentos superiores a R$ 50 mil mensais, com alíquota de até 10%. A oposição critica a falta de contrapartidas claras e alerta para os impactos fiscais da medida, que pode gerar uma renúncia de receita superior a R$ 25 bilhões, afetando diretamente o equilíbrio das contas públicas.
A proposta foi discutida com líderes partidários e representantes do agronegócio, mas não incorporou sugestões da bancada conservadora. O líder da esquerda, Lula, tem promovido o projeto como parte de sua agenda social, embora o texto tenha sido elaborado sem diálogo com setores que propuseram alternativas mais abrangentes. A oposição aponta que o dinheiro que deixará de ser arrecadado precisará ser compensado por cortes em outras áreas ou aumento de tributos, o que pode gerar desequilíbrios na economia. Para parlamentares da direita, a aprovação em regime de urgência reforça o caráter eleitoral da proposta, que busca fortalecer a narrativa do PT às vésperas da disputa presidencial.







