A Amazônia, palco de belezas naturais, enfrenta uma crescente crise transnacional. Uma análise do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que 22 organizações criminosas, incluindo o Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV) e dissidentes das FARC, operam na região.
O relatório “Cartografias da Violência na Amazônia” destaca a presença marcante do PCC e CV em 168 dos 178 municípios sob o domínio dessas facções, abrangendo 23% das 772 cidades na Amazônia Legal. Guerras por território entre facções afetam 8,3 milhões de pessoas, um terço da população regional, evidenciando a amplitude do impacto do crime organizado.
O estudo identifica 22 grupos criminosos nos nove estados da Amazônia Legal, envolvendo facções colombianas, dentre as quais se destacam ex-guerrilheiros das FARC. A disputa territorial entre PCC e CV destaca-se, com mais de 40 cidades envolvidas, ressaltando a natureza transnacional dessas atividades criminosas.
Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do FBSP, citado pelo jornal Metrópoles, aponta a histórica falta de estrutura do Estado na Amazônia, resultante do modelo de ocupação baseado em garimpo e extração. Ele destaca a dificuldade do Estado em consolidar presença nos “grandes vazios,” permitindo que o narcotráfico regule a vida nessas áreas.